Governo sinaliza Plano Safra 2026 acima de R$ 700 bilhões e eleva expectativa do setor

Projeção de volume recorde para o crédito rural em 2026 anima produtores, mas acende alerta sobre juros, seguro agrícola e espaço fiscal do governo.

Colheita | Foto: Vecteezy

Representantes do governo federal e da base aliada passaram a ventilar, nos últimos dias, a possibilidade de o Plano Safra 2026 ultrapassar a marca histórica de R$ 700 bilhões em recursos para financiamento da agropecuária. A sinalização, ainda preliminar, foi destacada em publicações especializadas em agronegócio e em declarações de parlamentares, que apostam na ampliação do crédito como resposta à pressão de produtores por mais apoio em meio à volatilidade de preços e custos elevados.

O eventual salto em relação ao Plano Safra atual reforçaria o papel do crédito subsidiado para manter investimento em tecnologia, insumos e infraestrutura logística, especialmente nas cadeias de grãos, proteína animal e agroindústria. Por outro lado, economistas alertam que o espaço fiscal é limitado e que o desenho do programa terá de combinar equalização de juros com mecanismos de mitigação de risco, como seguro rural mais robusto e títulos privados, sob pena de aumentar a pressão sobre o Tesouro.

No Congresso, a discussão já começa a ser utilizada como termômetro político para 2026. Bancadas ruralistas cobram previsibilidade e criticam mudanças frequentes em regras de crédito e renegociação de dívidas, enquanto o governo tenta equilibrar a pauta do agro com agendas ambientais e de transição ecológica. A definição final do Plano Safra será um dos principais testes de sintonia entre Planalto, agro e mercado financeiro no próximo ano agrícola.

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