O governo dos Estados Unidos revogou nesta quinta-feira (20) o chamado “tarifaço” de 50% aplicado sobre produtos importados do Brasil. A decisão, formalizada por ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, extingue a sobretaxa adicional de 40% que se somava a uma tarifa recíproca de 10%, já retirada na semana passada.
Na prática, a medida volta a permitir que cerca de 580 produtos, em sua maioria agrícolas e alimentares, ingressem no mercado americano sem o peso extra das tarifas. Entre os itens diretamente afetados estão carne bovina, café, frutas tropicais, sucos, cacau, tomate e outros alimentos que compõem a pauta de exportação do agronegócio brasileiro.
As tarifas haviam sido impostas ao longo de 2025, em meio à crise diplomática entre os dois países, quando a Casa Branca elevou as alíquotas para 50% sobre praticamente todos os produtos brasileiros, usando como justificativa desde o déficit comercial americano até críticas ao processo judicial que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O recuo agora tem forte componente econômico interno: com a inflação de alimentos em alta, especialmente no varejo de café e proteína, a pressão de consumidores e do setor produtivo cresceu dentro dos Estados Unidos. Analistas ouvidos pela imprensa internacional destacam que a retirada dos 40% restantes deve ajudar a reduzir preços ao consumidor americano e, ao mesmo tempo, recompor a competitividade dos produtos brasileiros, que haviam perdido espaço para concorrentes de outros países.
Para o agronegócio brasileiro, a decisão é vista como uma vitória diplomática e comercial. Entidades do setor comemoram a reabertura do mercado em condições mais equilibradas e defendem que o episódio sirva de lição sobre a importância da diversificação de destinos, para reduzir a vulnerabilidade a mudanças bruscas na política comercial de grandes parceiros.
Deixe um comentário