O presidente Volodymyr Zelensky surpreendeu ao admitir, em reunião com emissários dos Estados Unidos em Berlim, que a Ucrânia está disposta a abandonar formalmente a ambição de ingressar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), desde que receba garantias concretas de segurança para encerrar a guerra com a Rússia. A declaração, descrita por jornais internacionais como uma “mudança de paradigma”, atinge o coração do conflito, já que a ampliação da aliança militar foi um dos argumentos usados por Moscou para justificar a invasão.
Segundo os relatos, o governo ucraniano estuda um modelo de “neutralidade armada”, com parcerias bilaterais robustas, garantias de defesa e compromissos formais de países ocidentais para resposta rápida em caso de nova agressão russa. Em troca, Kiev retiraria da Constituição a meta de aderir à OTAN. A proposta, no entanto, enfrenta resistências internas e ceticismo de parte da opinião pública, que teme ficar vulnerável a futuras ofensivas.
Do lado russo, ainda não há sinais claros de disposição para concessões equivalentes. Especialistas avaliam que, mesmo que um acordo seja alcançado, a reconstrução do país e a redefinição da arquitetura de segurança europeia levarão anos. Para o Ocidente, a discussão expõe um dilema: até onde é possível flexibilizar princípios da OTAN e, ao mesmo tempo, evitar que a Ucrânia seja empurrada para uma “paz de capitulação”.
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