OAB-GO lamenta morte de advogado encontrado em Goianira e cobra rigor na investigação

Caso de Pedro Henrique Lopes da Silva, de 38 anos, reacende debate sobre segurança no exercício da advocacia e leva a OAB-GO a exigir rápida elucidação do crime.

Pedro Henrique Lopes da Silva | Foto: Reprodução Internet

A morte do advogado Pedro Henrique Lopes da Silva, 38 anos, mobilizou a comunidade jurídica em Goiás e provocou forte reação institucional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO). Desaparecido desde a manhã de sábado (15), após sair de casa em Goiânia para se encontrar com um cliente em Aparecida de Goiânia, Pedro foi encontrado morto em uma área de pasto na zona rural de Goianira, na Região Metropolitana da capital.

Segundo familiares, o advogado havia relatado que vinha recebendo ameaças de um cliente, inclusive com áudios gravados que foram localizados posteriormente em seu computador. Uma amiga também foi alertada por ele para buscar ajuda caso ele não retornasse ou parasse de responder mensagens, o que reforça a sensação de risco iminente percebida pela própria vítima dias antes do crime.(Jornal Opção)

O corpo foi localizado na quarta-feira (19), enrolado em um cobertor, em área de pastagem no município de Goianira. A Polícia Científica confirmou a identidade e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), que agora realiza exames para esclarecer a causa da morte e o tipo de lesões sofridas por Pedro. O caso é investigado sob sigilo pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia.

Cliente é principal suspeito

As linhas iniciais da investigação apontam o cliente que recebeu o advogado em casa como principal suspeito. A família relatou que ele vinha extorquindo Pedro e que os áudios recuperados registram ameaças explícitas. Em paralelo, o carro do advogado foi encontrado em Goiânia na casa de um conhecido do suspeito, com vestígios de sangue, reforçando a hipótese de homicídio ligado ao encontro profissional do sábado.

O caso, além de uma tragédia pessoal, tem forte impacto simbólico sobre a advocacia: trata-se de um crime que, em tese, estaria diretamente conectado ao exercício da profissão, já que o encontro que antecede o desaparecimento de Pedro ocorreu justamente no contexto da relação advogado-cliente.

Risco no exercício da profissão

A legislação brasileira reconhece a advocacia como atividade essencial à administração da Justiça, e a própria Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia) garante prerrogativas que visam, entre outros objetivos, proteger a integridade do profissional no desempenho de suas funções. Ainda assim, casos de ameaças, agressões e até homicídios contra advogados têm se tornado pauta recorrente nas seccionais da OAB.

Nesse contexto, a morte de Pedro Henrique acende um alerta sobre a vulnerabilidade de advogados que atuam em conflitos de alta tensão, muitas vezes lidando com clientes armados, situações de criminalidade organizada ou litígios que envolvem somas significativas e forte carga emocional.

Para a OAB-GO, o episódio não é apenas um drama familiar, mas representa também um ataque ao próprio exercício da advocacia, exigindo resposta institucional firme e acompanhamento próximo das investigações.

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